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Veja o que a pandemia nos mostrou sobre a prática de exercício



Em conjunto com a declaração da pandemia originada pelo vírus SARS-CoV-2, novos desafios foram surgindo para estabelecer a saúde e o bem-estar da população. Nesse sentido, medidas governamentais como o isolamento social com o objetivo da contenção da disseminação viral, interferiram na prática de exercício físico, graças ao fechamento de academias e parques. Assim, esse é um momento em que devemos refletir: qual é a importância do exercício nesse cenário?


O exercício físico e imunidade


Quando analisamos os dados já evidenciados pela literatura, podemos observar que existe uma relação entre a prática de exercício e a redução da incidência e mortalidade de doenças infecciosas. Nesse cenário, visto o número crescente de pessoas hospitalizadas pelo covid, trabalhos recentes pontuaram uma menor prevalência de internação em indivíduos que se exercitavam moderadamente por, pelo menos, 150 minutos por semana. Portanto, em meios práticos, o exercício realmente pode colaborar para o combate de infecções.


Ademais, pensando no contexto em que vivemos, é interessante pontuar que a prática de atividade física também colabora para o aumento significativo de anticorpos após a vacinação. Logo, campanhas governamentais incentivando o exercício é ideal em conjunto com a imunização da população.



Preservando a saúde mental com o exercício


Além do próprio isolamento social colaborar para o desenvolvimento de distúrbios neurológicos; a covid-19 também se relacionou com o desenvolvimento de ansiedade, depressão e distúrbios do sono. Todavia, pesquisas pontuam um potencial de neurogênese pelo exercício, promovendo a saúde neuronal.


Assim, quando investigamos os dados atuais, observamos a redução desses distúrbios neuronais em indivíduos que mantiveram a prática atividade física regular. Por outro lado, aqueles que não conseguiram se exercitar durante o isolamento, apresentaram aumento dos sintomas.



A importância do exercício na recuperação infecciosa


Pensando no contexto da infecção pelo covid, de 10 a 20% dos sobreviventes que desenvolveram sintomas agudos podem passar para uma fase de persistências das manifestações clínicas, conhecida como síndrome pós-covid. Nesse cenário, diversas sequelas do período infeccioso podem ser observadas, como pulmonares e cardiovasculares.


Todavia, a prática de atividade física demonstra atenuar e até reverter a disfunção pulmonar, reduzindo a dispneia e a fadiga e favorecendo a terapia pós-infecção. Ademais, podemos pontuar também a melhora dos números de mortalidade e de aptidão cardiopulmonar e estado funcional com o exercício. Por fim, observamos também benefícios sobre a vasculatura e do metabolismo como um todo, graças à estimulação da biogênese mitocondrial.



Considerações finais


Portanto, o aparecimento da pandemia nos fez refletir sobre a importância do exercício para nossa saúde. Assim, com a coleção de evidências da literatura com novos dados publicados sobre a relação entre a atividade física e o covid-19, podemos concluir que o exercício apresenta um papel importante sobre a imunidade. Logo, devemos promover o incentivo dessa prática, objetivando a prevenção e tratamento de doenças infecciosas e distúrbios fisiológicos.



Para um estudo mais aprofundado sobre o tema, seguem abaixo algumas sugestões:



WOLF, S. et al. Is Physical activity associated with less depression and anxiety during the COVID-19 pandemic? A rapid systematic review. Sports Medicine, p. 1-13, 2021. https://doi.org/10.1007/s40279-021-01468-z


CHASTIN, Sebastien F. et al. Effects of Regular Physical Activity on the Immune System, Vaccination and Risk of Community-Acquired Infectious Disease in the General Population: systematic review and meta-analysis. Sports Medicine, [S.L.], v. 51, n. 8, p. 1673-1686, 20 abr. 2021. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/s40279-021-01466-1.


IMENO-ALMAZÁN, A. et al. Post-COVID-19 Syndrome and the Potential Benefits of Exercise. International Journal Of Environmental Research And Public Health, [S.L.], v. 18, n. 10, p. 5329, 17 maio 2021. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/ijerph18105329.

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