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Obesidade infantil: nutrição e epidemiologia


De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2017, o número de crianças e adolescentes (de 5 à 19 anos) que encontram-se em quadro de obesidade aumentou 10 vezes nas últimas quatro décadas. Ademais, estima-se que se esse quadro continuar no mesmo ritmo, teremos mais crianças e adolescentes com obesidade, do que desnutridas, até 2022. Tal processo vem sendo denominado por “Transição Nutricional”, sendo caracterizado pela troca de padrões dos problemas nutricionais. Assim, os mesmos passam da desnutrição, para o excesso de peso. Entenda no presente texto sobre a epidemiologia da obesidade infantil. A Obesidade Infantil No que se refere às maiores preocupações com esse crescimento a passos largos do quadro instalado, são ligadas às consequências que a obesidade precoce pode causar na saúde cardiovascular e metabólica desses indivíduos. Isso decorre visto essa doença ser fator desencadeante  para uma série de comorbidades que interferem na saúde atual, e podem persistir até a vida adulta. Sobre a etiologia da obesidade, a influência externa responde a 95 % dos casos. Por esse fato, relaciona-se muito o aumento da obesidade infantil a fatos como os seguintes: a introdução precoce de fórmulas infantis, e até do leite de vaca, em detrimento do aleitamento materno exclusivo recomendado até os 6 meses; a composição alimentar da mãe ao longo do período de amamentação; a inserção cada vez mais precoce na alimentação de ultra processados; o uso prolongado de medicação obesogênica para tratamento de alguma comorbidade ainda na primeira infância; alterações provocadas por cunho genético. A criança e o ambiente Também, é importante lembrar que esses erros nutricionais no primeiro ano de vida podem não só levar ao quadro de obesidade, como também comprometer outros aspectos da saúde da criança. Como exemplo disso, podemos observar doenças pulmonares, como a asma e alergias. Por outro lado, para a prevenção desse quadro de obesidade infantil, devem ser pautadas ações interdisciplinares, pois em sua maioria, as causas da doença são multifatoriais. Nesse cenário, entram os seguintes fatores: a escola como uma das principais propagadoras de saúde no seu ambiente e para as famílias, principalmente as mais humildes e com deficiência de informações qualificadas; a equipe multidisciplinar de clínicas de saúde na disseminação de informações corretas sobre cuidados com a alimentação e a prática de exercícios físicos; acompanhamento do desenvolvimento da criança ao longo do período (Leia o artigo – O coaching nutricional no tratamento da obesidade).  Ações cabíveis No que diz respeito a ações governamentais, um dos principais programas do governo federal para combater esse crescimento e promover saúde, foi lançado em 2007. O mesmo foi feito pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação, chamado Programa Saúde na Escola (PSE). Apesar de ainda enfrentar deficiências, esse vem se mostrando um excelente aliado na propagação de informações sobre educação e saúde, visando a melhoria da qualidade de vida. Finalizando o assunto de hoje, lembramos que o melhor tratamento é sempre a prevenção. No entanto, quando o quadro encontra-se instalado, o acompanhamento multidisciplinar que conta com médico, nutricionista, psicólogo, entre outros, é fundamental para que esse tratamento ocorra de forma individualizada, por se tratar de um período de desenvolvimento.  Para mais informações acesse: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1008667 http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302012000600018 http://dx.doi.org/10.5935/2238-3182.20130012 https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v51i2p138-152 https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5527:obesidade-entre-criancas-e-adolescentes-aumentou-dez-vezes-em-quatro-decadas-revela-novo-estudo-do-imperial-college-london-e-da-oms&Itemid=820



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