Se existe um ponto essencial que não é ensinado em nenhum momento da formação dos profissionais da área de saúde é o valor correto a cobrar pelo seu serviço, principalmente pelo fato de não terem ideia de como a calcular qual o real custo do seu trabalho e o quanto espera de retorno pelo mesmo.
Um erro comum é não se enxergar como um empresário e, que isso inclui cuidar de você não somente como o profissional nutricionista, mas como um profissional completo e que seu serviço é um negócio, não apenas uma consulta. Digo isso pois, a partir do momento que você decidi atender, principalmente se for seu próprio consultório, você precisa passar a entender de impostos, sobre negociação de contrato de aluguel, contratação de funcionários e leis CLT.
COMECE PENSANDO NAS DESPESAS!
Seu serviço precisa trazer lucro! Logo, o primeiro passo é listar todas as suas despesas fixas mensais: aluguel, condomínio, funcionários, serviços como de internet, etc. Esse é o valor mínimo que é necessário faturar mensalmente para cobrir as despesas do seu trabalho. Na sequência, tente imaginar uma média das suas despesas variáveis, como por exemplo: luz, gás, água, papel, caneta, café, entre outros.
Agora é a hora de analisar o seu valor por hora de trabalho. Pense quanto tempo você gasta com um paciente em sua primeira consulta, 1 hora e 30 minutos? 2 horas? E nas próximas consultas, quanto tempo você leva? Você vai entregar a dieta na hora? Vai levar o trabalho para casa e entregar depois o plano alimentar do paciente?
Tudo isso deve ser posto na ponta do lápis! Saber o custo do atendimento de cada cliente para realizar uma boa precificação é essencial. Estes são raciocínios simples, porém negligenciados por boa parte dos profissionais.
QUESTIONE-SE
Quanto tempo tenho para me dedicar aos meus pacientes?
Qual o meu volume de pacientes em média por mês? Dentro desse volume, quais são de primeira consulta e quantos são retorno?
Você consegue reduzir suas despesas variáveis? E as despesas fixas? Ou será que essas tendem a aumentar?
Essas são algumas das perguntas que você pode se fazer, além de pensar em novas fontes de renda que vão além da consulta, de modo a que acarretem novas entrada de caixa para você.
COMO CHEGAR AO SEU PREÇO?
Você já se questionou quanto gostaria de ganhar por mês ou, até mesmo, por hora de trabalho? Você sabe qual o seu valor?
O primeiro ponto é entender a diferença entre preço e valor, pois são conceitos diferentes e, muitos confundem a utilização desses termos. A diferença entre preço e valor é o que fará o seu cliente escolher pelo seu serviço, mesmo que mais caro, em relação ao da concorrência. Preço é o dinheiro que o seu cliente irá desembolsar para pagar pelo seu serviço e, que será utilizado para pagar seus custos e te trazer lucro. O valor, por sua vez, apresenta um conceito mais subjetivo e vai de encontro a experiência vivida pelo cliente na consulta e o benefício percebido no preço despendido.
Aqui alguns pontos são fundamentais para chegar a um preço justo, entre eles é o quanto você já investiu em você ao longo do caminho: cursos, especializações; a quanto tempo você já está no mercado e qual a sua demanda de agenda, ela sempre tem vaga ou na maior parte do tempo já está cheia?
Não se desvalorize, porém também saiba se colocar no seu momento. O que isso quer dizer? Não cobre barato de mais apenas para lotar a sua agenda e criar um volume enorme de pacientes, que muitas vezes não serão capazes de suprir a quantia que você almeja ter para cobrir suas despesas e gerar lucro. No entanto, também não tente se basear em pessoas já muito bem firmadas no mercado e que podem ter uma agenda de menos pacientes cobrando valores altos deles.
Um bom caminho é analisar o quanto você deseja ter em caixa mensalmente e que será capaz de pagar todos os seus custos e te trazer o lucro desejado, e dividir pelas suas horas de trabalho diárias. Outro ponto essencial, é entender o público com quem você está falando. Qual local da sua cidade você está atendendo? É um local onde as pessoas têm um poder aquisitivo maior ou um local de pessoas que possuem um poder aquisitivo inferior? Isso impactará diretamente no seu preço. Independente do valor percebido pelo seu cliente na consulta, colocar um preço superior ao que o público do local pode pagar, não trará clientes.
Para finalizar, com base no atual momento que estamos vivendo, é interessante pensar no preço da sua consulta online também. Por estar atendendo de casa, seus custos fixos, provavelmente, devem estar menor. Além disso, muitas pessoas estão buscando economizar por não saberem o que pode acontecer em um futuro próximo. Nesse cenário, é interessante repensar o seu preço e dar um desconto ao cliente ou fechar um pacote com preço mais acessível. Desse modo, você continua mantendo seu fluxo de caixa e, até mesmo, consegue atingir mais pessoas que não conseguiam se consultar com você anteriormente.
FAÇA A DIFERENÇA
Para valorizar ainda mais o seu trabalho, busque sempre se destacar de forma ética. Se especialize, leve conteúdo para os seus clientes e possíveis clientes. Faça com que eles queiram ter você como a profissional que cuida da saúde deles.
Conforme seu trabalho se destaca, ele passa a ser indicado para outras pessoas. Isso garantirá mais clientes e uma agenda mais disputada. Nesse momento, você saberá que é a hora de reavaliar seu valor como profissional sem medo.
Para a leitura mais aprofundada do tema, seguem algumas sugestões disponíveis:
Blog BF Eventos: Customer success: como conquistar e manter o paciente
Blog BF Eventos: Venda o atendimento online
Curso Brunno Falcão no Science Play: Como Responder às Mudanças do Mercado e Adaptar o meu Negócio
Autores: Jessyca Rodrigues e Pedro Perim
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